Primeira Observação do Pré

Cheguei às 9:10 na escola para assistir à minha primeira aula com a turma do Pré, onde estarei estagiando esse semestre. A escola fica no pé de um morro, próximo ao centro de Florianópolis, e se chama Jurema Cavalazzi. Quando me dirigi à sala de aula e encontrei a professora, chamada Graziele, fui notificada por ela de que o horário da aula de Educação Física havia, só no dia de hoje, sido passado das 9:30 para 11:00. Isso significava que eu deveria ficar aguardando na escola por 1 hora e 50 minutos. Fui para o pátio, mas antes dei uma boa olhada para meus futuros alunos, sentadinhos em suas cadeirinhas... Todos bem pequenos, com faixa etária entre 5 e 6 anos, acredito.
Enquanto aguardava no pátio do colégio, assisti por uns minutos uma aula de educação física de uma turma que imagino ser da 8ª série. Na quadra, jogavam volei, de um lado uns cinco meninos, e do outro umas dez meninas. Elas não tinham noção alguma dos fundamentos técnicos, e quando marcavam ponto eram por falhas dos meninos. Os meninos tinham até que alguma noção dos fundamentos. Mas esse simples acontecimento me fez pensar em muitas coisas, como por exemplo: Por que o professor não ensina o gesto técnico para as crianças? Por que ele dividiu o jogo dessa maneira, meninas contra meninos? Isso não reforçaria a idéia de que eles são diferentes? E ainda, a idéia de que para cada menino, é necessária a força de duas meninas, uma só não dá conta? Ou então, mesmo tendo o dobro de meninas, os meninos ainda às superam no jogo? Bom, apenas alguns questionamentos sobre uma aula de educação física. O professor fazia o papel de juiz do jogo, e costumava dar umas "bronquinhas" nas meninas quando essas erravam, supostamente tentando corrigir uma coisa que não as ensinara.
Depois de alguns minutos de observação, chegou o meu professor da prática de ensino, O Reonaldo, ou Nado. Conversamos um pouco e fomos verificar o calendário da escola, para ver se tava batendo com o nosso. Esperamos a diretora, e esta nos entregou um xerox do calendário, que encaixou certinho com o nosso cronograma. Fomos então para a sala dos professores, e discutimos como será feito o planejamento das intervenções. Tomamos um café, com bolachas, e fomos ver o Pré. Entramos na sala, nos apresentamos, e então começamos a interagir com as crianças. Eram oito, de dez, duas faltaram. As meninas estavam brincando de cozinha, e fui brincar com elas. Eram a Érica, a Jhenifer e a Gizele. Dos meninos, não tive muito contato, pois estavam brincando entre si, me lembro do Matheus, do Juninho, do Victor e do Nelson. Falta um nome aí. O Juninho, quando a professora disse sairia mais cedo, ficou chorando, ela comentou que ele sempre chora, até quando ela vai ao banheiro. Ficamos ali por mais um tempinho, brincando com as crianças, e o Nado me ofereceu uma carona até a UFSC, que eu aceitei. Este foi o primeiro contato com as crianças da turma do Pré.